Adrinet, o projeto que coloca microchips para lutar contra as redes de pesca fantasma

Adrinet, o projeto que coloca microchips para lutar contra as redes de pesca fantasma

26 de Janeiro, 2021 0

Redes fantasma

O projeto europeu Adrinet quer acabar com as redes de pesca perdidas no fundo do mar e dar formação em gestão de riscos ambientais. A Itália coordena este projeto com a participação da Albânia e do Montenegro.

As redes “fantasma” são redes de pesca abandonadas no mar que constituem uma armadilha para os peixes e para a flora marinha.

“Recuperei essas velhas redes de pesca porque são um material de plástico sintético que provoca a poluição do fundo do mar. E também é mau para nós, pescadores e para toda a gente, porque comemos peixes contaminados que comeram o plástico dessas redes”, explicou o pescador italiano Antonio Schifano à Euronews.

Uma das componentes do projeto é o apoio a nível tecnológico. As redes de pesca podem ser geolocalizadas graças à integração de microchips.
“A rastreabilidade permite responsabilizar os pescadores em relação aos seus equipamentos e ajuda as autoridades a encontrar os responsáveis por eventuais redes abandonadas no mar”, explicou Elisabetta Bonerba, responsável do projeto Adrinet.

Está também em curso a criação de um mapa de redes abandonadas na Itália.
Num ano, já foram recuperadas seis toneladas de redes fantasmas.
“Fizemos um cálculo, as seis toneladas representam cerca de 200 mil garrafas de plástico no fundo do mar. Muitas vezes, são os próprios pescadores que nos fornecem as coordenadas das redes que se encontram no fundo do mar”, explicou Pietro Vicedomini, comandante da Guarda Costeira de Talian.

“O problema das redes perdidas tem de ser abordado rapidamente, no momento em que a rede se perde e o microchip pode ajudar. A rede de pesca deve ser recuperada imediatamente porque se a rede ficar no mar durante anos, o ecossistema marinho da área pode desenvolver-se em torno dessa rede. E nesse caso, se retiramos as redes de pesca, pode ser problemático, porque obviamente há um novo equilíbrio, que seria destruído novamente. O que tem de ser feito, tal como no caso das contaminações, é agir ao nível da prevenção, da formação das pessoas, dos operadores e dos pescadores, porque as redes de pesca são plásticos dispersos tal como os sacos de plástico e as garrafas, mas ao contrário de objetos, devem ser removidos do fundo do mar rapidamente, logo que se perdem”, explicou Elisabetta Bonerba, coordenadora do projeto europeu Adrinet.

 

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