Furto de alfarroba no Algarve quadruplicou em relação ao ano passado
A quantidade de alfarroba furtada e apreendida este ano no Algarve quadruplicou para 5,4 toneladas, face ao ano passado, quando foram recuperadas 1,23 toneladas do fruto, indicam dados revelados à Lusa pelo Comando de Faro da GNR.
O valor comercial deste fruto, com cotações entre 0,60 e 0,80 euros por quilograma, faz com que seja um dos principais alvos de furtos em propriedades agrícolas da região – a par do abacate e da laranja –, tendo sido registadas, durante o passado verão, diversas apreensões de grandes quantidades de alfarroba.
Segundo a GNR, depois de uma ligeira descida na quantidade de alfarroba recuperada na região de 2018 para 2019 (de 1,78 para 1,23 toneladas), este ano existe um aumento para 5,4 toneladas, acompanhado pela subida das denúncias por furto de alfarroba para um total de 78.
A semente do fruto da alfarrobeira é utilizada em várias indústrias, designadamente farmacêutica, cosmética, alimentar – como aditivo para pudins, papas de bebé e estabilizantes de gelados – e têxtil.
A polpa da alfarroba, que representa 90 por cento do peso do fruto, é aproveitada para doçaria variada, como bolachas e bolos, licores, xarope, pão e alimentação para animais.
De acordo com a GNR, os furtos incidem sobre a época da apanha, “sobretudo nos meses de junho a setembro”, passando, depois, os autores destes crimes a terem como foco “armazéns agrícolas e anexos à residência do produtor, onde, normalmente, é acondicionada a alfarroba até ser vendida”.
“Os dados registados indicam que, em termos genéricos, os furtos nos terrenos agrícolas são efetuados por pessoas da região, conhecedoras do território, que fazem a apanha nas propriedades ou terrenos agrícolas (espaços não vedados) sem autorização para tal”, referiu a força policial.
Relativamente às zonas mais afetadas, elas estão, principalmente, na “zona central do Algarve, numa faixa que se estende desde o concelho de Albufeira ao concelho de Olhão”, acrescentou a GNR.
Atenta a este fenómeno, a GNR tem em curso a operação “Campo Seguro”, que se iniciou no passado dia 6 de junho e se prolonga até 31 de dezembro próximo, com o objetivo de combater o furto e a apanha ilegal destes produtos de propriedades agrícolas na região.
A GNR sublinhou que, no âmbito da operação “Campo Seguro” e em colaboração com outras autoridades, tem-se “intensificado o patrulhamento nas explorações agrícolas” com a finalidade de prevenir a criminalidade e os furtos, “bem como possíveis situações de tráfico de seres humanos”.
A força de segurança desenvolve, ainda, “ações de informação e sensibilização junto das comunidades rurais, muito especialmente dos agricultores, sobre medidas de prevenção e proteção contra furtos de produtos agrícolas, cobre e outros metais não preciosos”, que também podem ser convertidos em dinheiro depois de furtados.